Das 2 décadas de trabalho dos agentes do território -confrarias, câmaras municipais, restaurantes, associações - resultou a parceria dinamizada e promovida pela Dueceira que se consagrou em 2018 como uma das 7 maravilhas à mesa de Portugal. Tendo a chanfana  como o elemento gastronómico fulcral desta iniciativa, a Dueceira tem promovido o seu território enquanto um todo territorial (concelhos de Lousã, Miranda do Corvo, Penela e Vila Nova de Poiares), valorizando os recursos culturais e ambientais nas suas componentes de gastronomia, história, património edificado, paisagem, usos e costumes perspectivando a captação de turistas e visitantes e a promoção da economia local.

Desde 1994, que a Dueceira, na sua qualidade de Associação de Desenvolvimento Local, se vocaciona como entidade mediadora de interesses para a criação de soluções comuns supramunicipais que estimulem e incrementem as economias locais, objectivando o desenvolvimento harmonioso do território e o bem-estar das comunidades da sua área de abrangência, os concelhos de Lousã, Miranda do Corvo, Penela e Vila Nova de Poiares. A Estratégia de Desenvolvimento que preconiza é suportada em premissas tais como a Tradição, a Identidade Local, A Cultura, O Património as quais em conjunto com os Recursos, Actividades e Produtos do território concorrem para a sustentabilidade local numa abordagem transversal, multi disciplinar e sectorial. 

É com este propósito estratégico e contextualizando a Chanfana como principal elemento identitário que, em 2017, se reúnem as condições ideais para a convergência de todos os interlocutores na demanda de valorização deste recurso enquanto capital simbólico e ADN do território. Este processo, associado ao concurso televisivo 7 Maravilhas à Mesa® possibilita então a formulação de uma candidatura representativa do espaço e das vontades através da evidência da Chanfana e de outros produtos com significado local inquestionável, criando um ambiente de diálogo e participação das diversas entidades: Câmaras Municipais; Confrarias; Associações de Produtores; Empresas; bem como o envolvimento das próprias Comunidades. O mediatismo e visibilidade conferidos pela televisão permitiram reforçar os elos políticos, administrativos, culturais e informais em torno desta identidade, criando uniformidade de sentimentos, o aumento da auto-estima territorial perante manifestações tais como “juntos somos mais fortes” ou “Terras da Chanfana, uma marca que nos une!” e, assumindo-se esta simbolicamente como Símbolo de Prestígio local que expressa e identifica valores associados aos usos e costumes, à hospitalidade das gentes, ao modo de vida nas vilas e aldeias que, apesar de próprio do mundo rural, tem qualidade ímpar, compatível com a modernidade.

No pós-concurso, o propósito de união permaneceu e assumiu-se como novo universo de actuação, sendo consolidado com a criação e registo da Marca no seio da qual, os processos de divulgação, promoção e qualificação do território e agentes asseguram uma acção concertada, ganhando escala, criando perspectiva e promovendo, em conjunto, as condições ideias para uma maior competitividade territorial, conducente ao reconhecimento externo e atracção de visitantes, turistas, investidores e novos residentes. Esta nova imagem, despojada de grandes artifícios, baseia-se na própria simplicidade da cabra, afinal o elemento fulcral de todo o processo. Uma imagem simples, directa, quase intuitiva, concebida de forma estilizada, a qual identifica o espaço territorial através da grafia e que com a cor verde faz alusão à natureza, à serrania, à floresta, à fertilidade, à esperança, força e determinação das nossas gentes.

Incontestavelmente a Gastronomia está na moda e, por tal, este é o momento oportuno para a promoção da Chanfana enquanto uma referência por todos conhecida e apreciada. Contudo o que se sobrepõe como verdadeiramente fundamental na actuação da Dueceira é acreditarmos que pela intensidade e alma dos cheiros e sabores e muito para além do palato, se alcança o Cerne, o Ser e o Estar das Gentes destas Terras preservando-se deste modo a tradição e identidade local e contribuindo para a construção da (nossa) própria História!

Fonte: DUECEIRA – Associação de Desenvolvimento do Ceira e Dueça