A Universidade de Évora, em parceria com a Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação, da Universidade do Porto (FCNAUP) e a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE) estão a realizar um estudo internacional acerca das alterações no comportamento alimentar que a situação de pandemia por COVID-19 tem vindo a causar.
Sabemos que o comportamento alimentar é influenciado por uma diversidade de fatores, que vão desde aspetos biológicos a psicológicos e socioeconómicos. Uma situação como a que vivemos atualmente, em que, pela primeira vez, foi imposto um confinamento à escala global, tem repercussões nos estilos de vida, acesso a alimentos e aspetos emocionais, o que é possível refletir-se também nas escolhas e consumo alimentar.
O grande objetivo deste estudo é saber o que mudou nos hábitos, e, principalmente, o que motivou essa mudança.
Em Portugal, observou-se um ligeiro aumento do consumo de hortícolas e um maior interesse e disponibilidade para confecionar os alimentos (o que é um resultado óbvio do maior tempo em casa e menor acesso a comida confecionada fora), mas ao mesmo tempo, há um aumento do consumo de bolos, bolachas e chocolates motivado pela necessidade de procurar “conforto e recompensa” nas propriedades sensoriais destes alimentos.
A participação de diferentes países (23 diferentes países, dos quais 17 já geraram dados) permite conhecer e comparar a forma como diferentes ambientes socioculturais são afetados pela pandemia.
Os resultados conjuntos estão neste momento a ser tratados, para publicação em revista científica e vão ser também apresentados, em dezembro, na Holanda, no Congresso Internacional Eurosenses.
Pretende-se, com este conhecimento, poder contribuir para o desenho de estratégias alimentares que permitam tirar partido dos efeitos positivos e mitigar os efeitos negativos que a pandemia teve, no comportamento alimentar, de modo a promover hábitos de consumo mais saudáveis e sustentáveis à escala global.
Site do estudo FOODCOVID -19
Informação: MED - Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento